Provavelmente devido à cultura nacional, nem sempre o modus operandis na terapia aquática privilegia a definição clara dos objetivos de intervenção. Contrariamente às mais recentes guidelines é comum o técnico e utente / família trabalharem sem ter um alvo preciso em vista. Esta realidade conduz a uma inegável diminuição da eficácia da intervenção e muitas vezes também à desmotivação dos participantes.
Acredito assim que é fundamental a realização de uma fidedigna avaliação, na qual sejam identificadas as necessidades, interesses e prioridades do utente para depois serem definidos e partilhados (com utente e/ou sua família) os objetivos de intervenção.
Considero ainda fundamental que nos objetivos de intervenção haja sempre um equilíbrio entre a vertente terapêutica, a "funcionalidade terrestre" da pessoa e a melhoria da sua adaptação ao meio aquático e /ou técnica de nado.
Embora este pareça ser um procedimento básico, na prática nem sempre a sua implementação é linear. Existem, na minha opinião, algumas estratégias que poderão facilitar a definição e partilha dos objetivos, nomeadamente:
- definir um número especifico de sessões em que é realizada a avaliação formal;
- estabelecer a data em que serão debatidos (com o utente e /ou familiar) os objectivos de intervenção;
- priveligiar, no máximo, 2 a 3 objetivos de curto / médio termo;
- definir, no máximo, 2 objectivos de longo termo;
- definir os objetivos com base nos dados da avaliação e de modo funcional, utilizando sempre que possível a técnica SMART.
Porque estamos a iniciar mais um ano de trabalho terapêutico e porque acredito na melhoria continua de todos nós, desafio-vos a avaliarem os vossos utentes e com eles definirem objetivos de intervenção:
- ambiciosos & realistas;
- com impacto na funcionalidade terrestre & aquática;
- mensuráveis a curto / médio prazo.
Por fim resta-me dizer que seria, para mim, interessante conhecer as vossas opiniões e experiências sobre esta temática :-)
Boas definições de objetivos!!
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