terça-feira, 27 de setembro de 2016

Hidroterapia & Terapia Aquática: que diferenças e semelhanças????



Não raras vezes alunos, profissionais e clientes me perguntam qual a diferença (e semelhança) entre hidroterapia e terapia aquática.


A boa noticia é que não é só por terras lusas que esta dúvida existe...
na realidade esta discussão (e confusão) existe além fronteiras!
A hidroterapia é o termo mais antigo e que sempre foi utilizado, representando a imersão em água com fins de cura física ou emocional. Por este motivo na hidroterapia a pessoa tem um papel completamente passivo e esta abordagem inclui as atividades terapêuticas realizadas em piscina, em spa, em termas entre outras tipologias de espaços. 
Neste serviço de saúde a tónica é dada à "cura" do cliente que assume um papel inteiramente passivo resultando os benefícios da atividade exclusivamente da imersão. Este termo, embora não represente a maioria das abordagens terapêuticas desenvolvidas em portugal instalou-se no nosso país (bem como me muitos outros) de tal forma que a (pouca) legislação existente  acerca desta área terapêutica  refere-se sempre à hidroterapia.


Mas na realidade o que se faz atualmente com fins terapêuticos em piscina?   


Catalisado pela mudança de paradigma de prestação de cuidados de saúde impulsionado pela classificação internacional de funcionalidade, incapacidade e saúde também a intervenção terapêutica no espaço de piscina mudou significativamente.

Na última década houve um aumento da tónica ativa do cliente o que no meio aquático se reflecte pela realização de atividades funcionais, próximas da ocupação do cliente e que lhe vão permitir ter um melhor desempenho no seu dia - a -dia. Assim é fundamental e exigida a participação ativa do cliente, ainda que em situações especificas possam ser utilizado métodos preparatórios, como a mobilização, o alongamento ou o relaxamento aquático.

A atual terapia aquática baseia- se nos mais recentes conhecimentos das neurociência, da aprendizagem motora e da biomecânica, motivo pelo qual o cliente tem um papel ativo (seja bebé, criança, adulto ou idoso)  e as atividades que realiza são sempre orientadas para os seus objetivos. 

Quando pesquisamos em qualquer fonte credível ( b on, scielo, pubmed,....) é também possível verificar que os autores atuais de maior reconhecimento utilizam o termo terapia aquática, para designar a sua intervenção!

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Ainda sobre a empatia no processo de terapia aquática...


A ida à piscina para a aula de aquazumba permitiu-me identificar alguns desafios que a prática de actividade física em meio aquático podem trazer (o espaço, o grupo, a actividade e o profissional) e levou-me também a reflectir sobre a forma de minimizar esses desafios potencializando o processo terapêutico.

Na minha opinião não existem dúvidas: a principal “chave” para vencer estes desafios é o próprio cliente quando bem orientado pelo profissional que o recebe!

Como em muitas outras áreas da vida, é a relação humana que determina o sucesso do que fazemos.


Assim aqui ficam algumas sugestões para que o terapeuta minimize de forma consciente e sistemática as dificuldades de quem está a iniciar o seu processo terapêutico em meio aquático:






E você que opinião têm em relação a tudo isto?

sábado, 17 de setembro de 2016

E se formos nós os clientes?!?


A empatia é um dos pilares da relação terapêutica. Por norma conseguimos ser tanto mais empáticos quanto melhor percebemos o que o outro está a sentir. Nesta perspetiva não é fácil o terapeuta ser empático com o seu cliente, porque habitualmente (e felizmente!) não temos alterações na participação e independência.

Por isto mesmo senti que seria importante viver de forma reflectida uma experiência de frequentar, como cliente, uma actividade aquática.

Uma actividade diferente, num novo espaço e com um grupo de pessoas desconhecidas. Foi por isto que na passada quinta feira peguei no meu material de piscina e lá fui fazer uma aula de aquazumba!!!



Nesta experiência senti que pode ser particularmente difícil:

- o espaço: desde os balneários ao cais de piscina e de forma ainda mais evidente, o interior da piscina (com as diferenças de profundidade, luminosidade e tipo de piso a ser particularmente desafiantes);

- o grupo: pode não ser fácil partilharmos balneário e chuveiro com pessoas que não conhecemos e imagino que seja ainda mais difícil se estivermos a passar por um processo de patologia;

- a actividade: o sentimento de eficácia é fortemente reforçado (ou não) pela nossa capacidade de realizar bem as actividades com que nos deparamos. Senti enquanto cliente que na piscina e numa actividade nova é tão fácil reforçar negativamente o nosso sentido de eficácia! Os desafios ao movimento e desempenho são múltiplos principalmente quando o espaço é diferente e a actividade aquática trás novas exigências (velocidade, mudanças de direcção, perícia do movimento);

- o profissional que nós recebe: é um elemento determinante que pode ajudar a contornar, ou não, os desafios referidos.

 .... como poderá o  terapeuta ajudar os seus clientes a superar estas situações 

melhorando o seu processo terapêutico em meio aquático???

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Conferencia de Terapia Aquática - 2017 - India


É com enorme satisfação que partilho a informação que a Conferência Internacional de Terapia Aquática em 2017 será na Índia.



Tenho a certeza  que será um evento marcante para a Terapia Aquática, não só pela capacidade profissional do colega Prashant C G Prashant como pela sua postura face à vida!

Brevemente serão disponibilizadas mais informações sobre o evento neste blog!

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

COMUNICAÇÃO - Operacionalização de estratégias em terapia aquática

A comunicação em terapia aquática é influênciada, para além dos fatores habituais, pelas características inerentes a este contexto especifico.

O ruído que muitas vezes se faz sentir no espaço de piscina, o posicionamento do terapeuta face ao aluno (e vice versa) e  o tamanho do grupo são factores fulcrais para a comunicação.

Sendo a comunicação um elemento chave para a relação e aprendizagem há algumas estratégias fundamentais que devem ser implementadas nas sessões de terapia aquática:


  • definir claramente o objetivo da mensagem, antes de iniciar a sua transmissão. O terapeuta deverá definir previamente o que pretende partilhar e a forma como o quer fazer (por exemplo através de instrução verbal, através de modelação ou  através de pictogramas);

  • simplificar a mensagem apresentando-a de forma ajustada às capacidades do recetor. Pode também optar-se por transmitir  a informação progressivamente à medida que comprovamos que o recetor compreende o conteúdo;

  • sempre que há lugar à demonstração da mensagem o terapeuta deve assegurar-se que o movimento exemplificado é coerente com a  instrução verbal, executando em espelho e respeitando a regar "tempo de terra vs. tempo de água";

  •  utilizar os canais comunicacionais mais eficazes, o que para além de incluir a associação da instrução verbal à demonstração, pode significar a utilização  da facilitação prorpricetiva e tátil para aumentar e diversificar o input; 

  • tornar a mensagem motivadora / desafiante. Para tal é fundamental conhecer o perfil e interesses do destinatário. A partir dessa informação é possível ajustar o objetivo  proposto e realizar analogias ou associação a situações que correspondam a aspetos valorizados pelo interlocutor. 

Estas são algumas das muitas estratégias comunicacionaís passíveis de utilizar em terapia aquática.

Fica o desafio para a sua implementação & aguardo o feedback sobre a sua eficácia!