Todos sabemos que a base para qualquer processo de reabilitação é a avaliação, mas nem sempre nos lembramos que o mesmo se passa na terapia aquática!
Independentemente da área profissional ou do modelo conceptual, a avaliação da pessoa deve incluir as suas prioridades e competências bem como as suas fragilidades.
Se esta é uma realidade aceite e reconhecida por profissionais e clientes o que se passa em relação à intervenção terapêutica em contexto aquático?
Infelizmente na prática diária não raras vezes deparamo-nos com situações em que é feita uma "avaliação global" da pessoa baseada exclusivamente na observação e sem haver uma estrutura definida a sustentar essa observação.
Também é verdade que alguns terapeutas na tentativa de desenvolver a sua abordagem de forma criteriosa utilizam instrumentos de avaliação, mas por vezes recorrem exclusivamente a instrumentos "de terra" que não são sensíveis aos desafios e particularidades deste contexto de intervenção.
Na realidade apesar de já 3m 1952 Mc Millan defender a importância da avaliação recorrendo a instrumentos precisos, ainda hoje continuamos a ter pouco recursos avaliativos específicos para a abordagem em terapia aquática e até mesmo na área da natação adaptada.
Na realidade ao pesquisarmos sobre este tema percebemos que existem apenas três instrumentos com relativa robustez para a avaliar competências e desempenho em contexto aquático, são eles:
- Aquatic Independence Measure (AIM);
- Water
Orientation Test Alyn (WOTA 1 e 2);
- Humphries’ Assessment of Aquatic Readiness (HAAR).
Contudo sabemos que nenhum destes instrumentos está aferido para uma população ou faixa etária,
e que para além disso os critérios de cotação são demasiado livres. O facto de muitos deles não
darem uma percentagem de concretização é um factor que não abona a favor da sua utilidade prática.
Há assim uma nítida necessidade de desenvolver instrumentos de avaliação específicos e que
colmatem as lacunas já identificadas.