sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Voltamos em Setembro!!!

Depois de um ano de muitos mergulhos vamos nadar para outras águas!!!!





Voltamos em Setembro...

com energias renovadas e novos projetos!!!!

sábado, 3 de agosto de 2013

Já conseguimos imergir a cara... porque o processamento táctil é agora eficaz!!!!

Este ano  lectivo acompanhei um menino, em contexto de  terapia aquática, com diagnóstico clínico de Perturbação do Espectro do Autismo e  que, entre outras caracteristicas, apresenta  uma defesa táctil marcada. Este perfil sensorial constante, manifesta-se quando o estimulo é apresentado em qualquer região corporal, mas com particular exuberância na cara.


No inicio do ano (Outubro 2012) esta criança embora demonstrasse prazer em estar na piscina não tolerava qualquer contacto entre a cara e a água,  fugindo  sempre algum salpico de água lhe tocava na cara. Nesta fase evitava  todo o inicio do trabalho respiratório (por exemplo em actividades como realizar "bolinhas" à superfície) e recusava assumir o decúbito ventral (com receio de colocar a cara na água). Este dificuldade foi uma constante e nos  primeiros meses de trabalho  condicionou significativamente a intervenção.


Conscientes de que esta dificuldade  era uma área prioritária (tanto para melhorar a funcionalidade global  da criança como para aumentar as suas competências aquáticas)  a inibição táctil assim como o trabalho respiratório estiveram presentem em todas as sessões de terapia aquática. Para tal privilegiou-se a informação táctil mantida e foi reforçado o aporte de informação proprioceptiva (em todas as regiões corporais e com particular incidência nas que tem mais  terminais de condução rápida), através de jogos diversos e utilização de material compressivo. O trabalho respiratório foi realizado através de diferentes jogos de exploração aquática (sopro de brinquedos à superfície, "caça" de peças submersas a diferentes profundidades, saídas de barco flutuador, saltos de tapete, escorrega em diferentes posições , entre muitos outros). Salienta-se que foi sempre respeitado o ritmo e perfil individual da criança Embora de forma progressiva o A. começou a demonstrar alguma evolução ao nível da tolerância da agua na cara, exibindo com menor frequência comportamentos de fuga. Progressivamente começou a aceitar a mudança de posição e a permanecia em decúbito ventral (embora sempre com a cara fora de água). Nesta fase (entre o 3º e o 6º mês após o inicio da intervenção) houve um período longo de  estagnação das aquisições. Confesso que foram meses complicados em que apesar de recorrer a estratégias distintas  não havia diferenças no comportamento do aluno. Acreditando (quer pela informação cientifica, quer pela experiência prática já adquirida) que a criança tinha potencial para evoluir, decidi  persistir nestes objectivos tentando alcança-los através de actividades criativas, de forma sistemática e respeitando sempre o ritmo do A. Confesso que não foi fácil, mas eis que na última aula do mês de Maio esta criança começou, numa actividade no escorrega, a colocar a cara na água e demonstrou imenso prazer com o feedback positivo que recebeu!!!!




Foi efectivamente um trabalho difícil mas que acredito ter sido muito importante!

Que venham os próximos desafios :-)